Uma receita simples, carregada de história e sabor!
A cueca virada, também conhecida como orelha de gato, crostoli ou coscorão, é uma preparação rica de memória.
Quem não lembra dos cafés da tarde na casa da vó, onde no inverno não podia faltar a cueca virada, de massa a adocicada e fácil de fazer, era o lanche perfeito não só da criançada, onde todo se reuniu ao redor da mesa para saborear sempre regado com belas histórias!
Essa iguaria, tem suas raízes em diversas regiões europeias, e chegou ao Brasil através das tradições dos portugueses e dos imigrantes europeus, que a trouxeram consigo no final do século XIX. Desde então, o grostoli ou cueca virada tornou-se uma iguaria que não pode faltar à mesa, até os dias atuais.
Na Europa, ele é conhecido como sobremesa de Natal e Ano Novo, enquanto na Itália como uma tradição carnavalesca. Aqui, no Brasil, ele ganhou outros nomes e se faz em qualquer época do ano, sendo muito apreciado independente da região.
Os formatos da cueca virada variam conforme a região e a tradição familiar!
Para muitos, a cueca virada é sinônimo de suavidade, feita com massa fofa e levemente crocante, mais parecida com um bolo. Há também os que conhecem e preferem com massa fina e crocante. No entanto, independentemente da forma, o processo de dobradura da massa, a fritura por imersão e a finalização com açúcar e canela em pó permanecem como marca registrada dessa deliciosa tradição.
Porém, mesmo com toda essa tradição, saborear essa iguaria é um desafio para quem possui alguma restrição alimentar como a intolerância a lactose e a doença celíaca, e só quem convive diariamente com isso sabe o quanto pode ser desafiador encontrar receitas assim, que despertam memórias e, ao mesmo tempo supram a necessidade da segurança alimentar.
Por isso, estou sempre em busca de resgatar receitas com gosto de infância e cheias de tradição familiar para poder transformar, utilizando ingredientes sem glúten e sem lactose, proporcionando a todos a oportunidade de desfrutar desses sabores únicos sem preocupações. Afinal, a gastronomia vai muito além do simples ato de alimentar o corpo, ela também alimenta a alma e conecta pessoas através das memórias e experiências compartilhadas à mesa.
E tenho certeza que você não vê a hora de colocar a mão na massa e poder saboreá-la também, afinal uma receita assim, sem glúten e sem leite é muito bem-vinda, mas antes de ir pra receita preciso colocar aqui alguns pontos sobre os ingredientes e utensílios, que vão fazer toda a diferença no resultado da receita.
Então vamos conhecer?
Farinhas: todas elas são necessárias para se ter uma preparação sequinha e cortante, já estão combinadas para dar sabor e textura, deixando a cueca virada sem glúten, muito semelhante à tradicional.
Cachaça: também conhecido como pinga ou aguardente, ela irá impedir que a massa absorva muita gordura, serve para deixar a massa mais sequinha e crocante.
Já de utensílios, você vai precisar apenas de:
- Balança de cozinha: serve para pesar os ingredientes, e nas receitas sem glúten, como usamos diversos, a precisão é fundamental.
- Bowl/tigela: tenha sempre em tamanhos variados, os menores servem para separar e pesar os ingredientes e os de tamanhos maiores para misturar a massa conforme o tamanho da receita.
- Frigideira/panela: serve para fritar a massa, escolha sempre o tamanho que seja adequado ao tanto de gordura, já que estamos falando de fritura por imersão.
E agora, sim, você já conheceu todos os passos, a importância de utilizar os ingredientes descritos e também os utensílios adequados para fazer a sua preparação, e por isso já podemos ir para a receita!
Ingredientes
- 120g de farinha de arroz
- 80g de amido de milho
- 40g de polvilho doce
- 30g de farinha de grão-de-bico
- 40g de açúcar
- 5g de sal
- 3 ovos
- 4g de goma xantana
- 20ml de cachaça
- Quanto baste de água
Modo de fazer
- Misture os ingredientes secos.
- Adicione os ovos e o aguardente e misture bem.
- Aos poucos vá colocando a água o quanto baste para dar ponto na massa, ela deve desgrudar das mãos.
- Pegue uma porção da massa, e com a ajuda de um rolo, abra a massa numa espessura fina, formando um retângulo.
- Com uma carretilha ou faca, corte pequenos retângulos, faça um corte no centro desse retângulo, e dobre uma das pontas passando por esse corte.
- Assim vai formar as cuecas viradas tradicionais.
- Se desejar, pode apenas cortar as tiras, sem a necessidade de dobrar.
- Frite-as em óleo quente. Polvilhe com açúcar e sirva.
OBS: Mix de Farinhas para polvilhar a mesa: fécula de batata, polvilho doce e amido de milho (em partes iguais) misture tudo e utilize quando necessário.
Validade e conservação
Você pode guardar em um saquinho ou pote bem fechado por até 15 dias em temperatura ambiente.
Se desejar pode congelar também por até 90 dias. Para descongelar basta deixar na geladeira.
Para consumir sua preparação como se tivesse acabado de fritar, você pode levar ao forno ou airfryer por alguns minutos, ela vai voltar a ficar sequinha e crocante.
Tudo o que precisa para fazer receitas sem glúten e sem lactose que dão certo!
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Respostas de 10
Vc é demais uma super profissional e muito agradável tenho aprendido demais com vc. Amando suas receitas
Fico feliz em saber Janice!
Bom dia, chef Sandra.
Amo as suas receitas…. gratidão pela generosidade.
Deus continue lhe abençoando.um abraço.
Obrigada!
Obrigada Chef, fiz a cueca virada e adorei, massa fácil de manusear e ficaram ótimos, grata por compartilhar seu conhecimento conosco!
Que maravilha Noeli, ficam deliciosas né?!
Essa massa tb pode ser em forno ou só frito? Não gosto de fritura.
Pode sim Neusa.
Oi!
Vicê é incrível
Quero ser sua aluna
Tudo o q vicê ensina dá certo.
Obrigada Ivete! Fico feliz em saber, estou te aguardando nos meus cursos! 🤩 Nos enviei um e-mail se precisar de ajuda para comprar o curso falecom@chefsandrafreitas.com.br